A equidade no caminho para a COP30

outubro 10, 2023

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Um tema foi transversal às discussões, aos painéis e aos debates que aconteceram durante a Semana do Clima e a Assembleia Geral da ONU em Nova York neste mês de Setembro: o papel da diplomacia internacional em avançar não apenas ambições e metas comuns, mas mecanismos claros para frear a emergência climática.

Na pauta do multilateralismo, uma oportunidade desponta como sendo chave para o Brasil – a COP30, que vai acontecer em Belém em 2025. Sem dúvida que trazer um evento desta magnitude apresenta desafios e oportunidades, de orquestração tanto nacional quanto hiperlocal, e coloca a Amazônia de forma categórica no centro do debate sobre clima, reconhecendo a importância da floresta não só para o Brasil, mas para o mundo. 

Para além dos debates sobre economia verde, transição justa, estado de direito, mecanismos financeiros, entre tantos outros tópicos fundamentais ao ecossistema climático, o fato de a Amazônia anfitriar a COP30 vai oferecer na prática a oportunidade de trazermos equidade como um valor inegociável para o movimento de clima. Esse será um dos mais críticos pontos de inflexão: permitir que a Amazônia fale por si. 

Isso significa que a diplomacia internacional e seus modus operandi vão precisar abrir espaço para que vozes indígenas e locais estejam amplamente representadas nos espaços de fala e nas salas de negociação. 

Para que as conversas sobre inovação e tecnologias verdes possam ser permeadas pelo conhecimento ancestral dos povos originários. Com o intuito de que o valor da floresta em pé leve em conta não apenas a biodiversidade e o potencial de geração de receita da sociobioeconomia, mas também os desafios urbanos práticos dos 30 milhões de habitantes da Amazônia. E, para que deixemos de enxergar a Amazônia como uma grande mancha verde no mapa e passemos a olhá-la num ângulo hiperlocal, ouvindo de forma direta seus anseios, seus desejos e suas necessidades.   

A floresta já fala por si. A COP30 vai ser um ótimo ensejo para aprendermos a escutá-la.


Mariana Ribeiro Conselheira Senior para Programas Globais
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